quarta-feira, 6 de outubro de 2010


Hidrocolonterapia só sob prescrição médica

Hidrocolonterapia só sob prescrição médica

Você já ouviu falar em hidrocolonterapia? Esse método de lavagem intestinal é atualmente oferecido por várias clínicas de saúde, sob a afirmação de proporcionar diversos benefícios, como melhorias para a pele, amigdalites e até enxaquecas.
 O processo oferecido na maioria dessas clínicas consiste na introdução de água morna e filtrada no intestino grosso, através de uma sonda introduzida no reto do paciente. Mas não é a forma indicada por médicos.

A hidroterapia do cólon já era praticada no Egito antigo e se apoia na teoria da "auto-desintoxicação", que relaciona as fezes acumuladas no intestino à formação de toxinas que seriam reabsorvidas pelo nosso organismo, "envenenando-o". Entretanto, especialistas alertam para os riscos da técnica. "A introdução de água pode trazer lesões ao intestino", afirma Vladimir Schraibman, gastroenterologista e cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Israelita Albert Einstein. De acordo com ele, a hidrocolonterapia é normalmente realizada com uma solução de soro fisiológico que liquidifica as fezes, facilitando sua eliminação.

O médico informa ainda que esse procedimento deve ser feito apenas sob prescrição profissional. "Não há recomendação para população comum. Deve ser realizado apenas sob orientação médica, para quem tem intestino preso por diversas razões, como pacientes cadeirantes ou que tomem analgésicos fortes (Tramal ou Tilex, por exemplo) ou até antidepressivos".

Também não é recomendado que essa lavagem intestinal seja realizada em qualquer ambiente, pois é necessário o máximo de higiene para que o paciente não contraia alguma infecção. Portanto, como orienta Vladimir, deve ser feita somente em ambiente hospitalar, onde há cuidados com a limpeza e profissionais capacitados para o manuseio dos equipamentos utilizados.

Outro risco é que as clínicas oferecem "pacotes" de tratamento para seus clientes, ou seja, os pacientes não passam pela hidroterapia do cólon apenas uma vez. Embora esse método traga uma sensação de conforto - por vezes imediato -, pode trazer prejuízos mais tarde. "Ele não deve ser feito rotineiramente, sob o risco de desequilibrar a flora intestinal (eliminando as bactérias que residem no intestino)". A pessoa que realmente precisa da lavagem precisa inclusive tomar probióticos (saches de bactérias) para estabilizar a flora.

Além disso, quem faz essa limpeza constantemente, por exemplo, corre risco de não evacuar mais sozinha. Se o indivíduo sofrer de algum tipo de inflamação intestinal ou fez cirurgia recente no intestino também não deve fazer.

Mas o que dizer dos benefícios prometidos pelas clínicas de saúde? O gastroenterologista admite que existe uma relação entre a melhora de algumas doenças, porém reforça que não é exatamente a hidrocolonterapia que proporciona tais resultados - e sim a eliminação das fezes. "A pessoa ‘enfezada’ realmente fica mais irritada, com uma sensação ruim. Como resultado da hidrocolonterapia, a pessoa se sente mesmo mais leve. Mas os benefícios são efeitos indiretos".

Assim, é sempre importante procurar um especialista e fazer uma avaliação antes de qualquer procedimento desse tipo. Muitas vezes, o problema poderá ser resolvido com uma dieta balanceada ou algum medicamento que não colocará a saúde do indivíduo em risco.

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