terça-feira, 18 de janeiro de 2011

As principais dúvidas sobre corrimento vaginal
A saúde da mulher é um tema amplo, que dá a oportunidade de abordar os mais variados assuntos, ajudando na educação e prevenção de doenças. Dessa vez, conversamos com a ginecologista Dra. Rosa Maria Neme, diretora do Centro de Endometriose São Paulo, que nos respondeu algumas questões sobre corrimento vaginal.

1. O que é corrimento?

Corrimento é uma secreção que aparece na vagina e que pode ter vários aspectos em relação à cor e ao odor. Em geral, o corrimento contém fungos e bactérias, que estimulam as células da vagina e do colo do útero a produzirem esta secreção como uma forma de defesa do organismo.

2. Quando o corrimento é normal? Como identificá-lo em casa? Que época que ele aparece mais?

O corrimento normal é aquele sem cheiro, que não coça e que pode ter uma colocação parecida com a de uma clara de ovo ou um pouco mais branco. O corrimento aparece, preferencialmente, na época da ovulação, que corresponde ao meio do ciclo menstrual e pode se intensificar no período antes da menstruação. Algumas mulheres podem apresentar mais secreção em relação às outras, principalmente se estiverem fazendo uso de algumas medicações, como anticoncepcionais.

3. Quando o corrimento pode ser considerado anormal?

O corrimento anormal é aquele que tem uma coloração mais amarelo-esverdeada ou acinzentada e que pode provocar coceira e ardor na vagina. Nestes casos, deve-se procurar um ginecologista para avaliar qual a causa do corrimento e assim tratá-lo adequadamente.

4. O que fazer no dia-a-dia para evitar o corrimento?

Tudo que aumenta o calor e a umidade dentro da vagina pode predispor a um aumento do corrimento. Portanto, algumas medidas podem evitar que ele aconteça são:

- Dormir sem calcinha, pois diminui o calor na vagina;

- Usar calcinhas de algodão (o algodão tende a esquentar menos que os tecidos sintéticos e, por isso, o fungo ou bactéria têm menor tendência de se proliferar);

- Utilizar sabonetes íntimos diariamente no banho (eles ajudam a manter a flora vaginal normal equilibrada);

- Não usar roupas apertadas, pois elas aumentam o calor e tornam a vagina um bom meio de proliferação dos fungos e bactérias;

- Não deixar a calcinha pendurada no banheiro (isso pode estimular a proliferação dos fungos e bactérias na calcinha);

- Secar bem os pelos da vulva, pois isso ajuda a diminuir a umidade desta região.

- Manter a flora intestinal equilibrada.

5. A alimentação tem algum papel importante?

O papel da alimentação equilibrada é manter a produção constante dos lactobacilos vaginais (que são as células de defesa da vagina) e manter o pH (grau de acidez) vaginal equilibrado, evitando a colonização de bactérias estranhas ao corpo feminino.

Fonte:

Rosa Maria Neme – Graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1996) e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo (2004). Realizou residência-médica também na Universidade de São Paulo (2000). Além de dirigir o Centro de Endometriose São Paulo, ela integra a equipe médica do Hospital Israelita Albert Einstein, Samaritano, São Luiz e Sírio Libanês. É também responsável pelo setor de endometriose da Clínica de Reprodução Humana Roger Abdelmassih.

O Centro de Endometriose São Paulo conta com serviços voltados à assistência global da saúde da mulher e valorização da beleza feminina. A iniciativa deste projeto pioneiro é da Dra. Rosa Maria Neme, que possui diversos trabalhos publicados sobre a endometriose e larga experiência no tratamento desta doença. Ela lidera uma equipe clínica formada por médicos e profissionais nas áreas de ginecologia, radiologia, cirurgia do aparelho digestivo, urologia, clínica geral, anestesia especializada no tratamento de dor, dermatologia, fisioterapia, nutrição e psicologia.

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